sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Olhos baixos e um andar pesado

Desde a minha adolescência o cabeludo loiro, com dente de ouro e humor estranho fala por mim. E não por acaso isso ocorreu em alguns dos momentos mais importantes da minha vida: Primeira música gravada no toca fitas da sala, formatura de ensino médio, primeira música que toquei na minha história no rádio... Ainda lembro do som alto de um baixo azul. Eles falavam por mim até quando silenciavam no meu quarto mas tocavam no lugar que agora não estão mais.
E dessa vez eu peço que ele me represente outra vez, com o arrojo e entrega que lhe são peculiares, e mais, com o sentimento sutil e intenso que me fazem o deixar falar em meu nome coisas tão importantes.




sexta-feira, 31 de julho de 2009

'Pra viajar no cosmos não precisa gasolina' *

*citação: Nei LIsboa

Sou um saudosista, eu sei. Daqueles que senta no meio fio da calçada, chama os amigos, conta as mesmas histórias de sempre, e ainda consegue dar boas risadas com os olhos marejados pela saudade que finca no peito. Saudade de um tempo de escoteiro, de movimento estudantil, de jogar bola no time da escola, de buscar a mãe na parada enquanto o pai fazia o carreteiro. Saudade de um tempo onde jogar taco na rua (e truco em casa) era o programa do fim de semana, um tempo em que a maior preocupação era a prova de matemática. Uma época em que eu tinha mais cabelo e menos peso.
Que bom era ouvir as músicas dos artistas que eu ainda nem conhecia direito mas já me fascinavam, faziam eu ouvir acordes cheios de sentimento que pareciam feitos pra mim.
Já faz uns dois dias que sinto uma saudade do tempo que não volta, na verdade de alguém que não volta mais, mas espero esteja assistindo tudo.
Saudade de sair de casa escondido e ir no orelhão ligar pra mãe. Se fechar os olhos talvez ainda consiga ver o Beto combinando de irmos no César comer xis galinha baccon.
Sei que o tempo (assim como algumas pessoas) não volta. E por isso que existe esse compartimento nas nossas cabecinhas, um lugar onde temos centenas de fotos, vários filmes, muitos textos, o gosto do bolo da vó e o som de uma canção que diz mais do que fala. Todos resgistros de uma infância que parece estar logo ali. É nosso baú secreto, que por vezes se abre sem perguntar se pode.
Estava ouvindo rádio quando fui surpreendido por uma música que me lembrou tudo isso, daí eu quis dividir com vcs.
Prometo que vou arrumar tempo pra voltar aqui e escrever com mais frequencia.
Abraço pros de fé.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Torço pelo clube do povo do Rio Grande do Sul

Tarde de domingo, chuva na janela, friozinho na sacada, colchão no chão, carreteiro na panela, chimarrão, chocolate amargo, beijos da pequena e inter campeão. Oh dia perfeito !!!
Vibrei, gritei, fiquei rouco, cheguei a chorar. Vi meu time meter oito numa final, pela segunda vez seguida. Antes de ser brasileiro, sou gaúcho. Vibrei mais com o gol do Gabirú no Barcelona do que com os do fenomeno contra a Alemanha.
Tenho o privilégio de ter visto meu time ser campeão da libertadores. Acompanhei os dois jogos da final, contra o São Paulo, a vitória no Murumbi, com os dois gols do Sóbis, e depois o empate encardido no gigante da beira-rio. Gritei alto numa noite de quarta-feira "sou campeão da Américaaaaa".

Ainda faltava mais, só não tinha certeza se dava. Confesso que eu tinha mais vontade do que confiança. Tremi na frente do Barcelona. Minha sorte é o time comandado por Fernandão, Iarley e Clemer, não fez o mesmo. Chamei o Abel de burro quando ele tirou o Fernandão pra colocar o Gabirú, mas dez minutos depois já dizia que amava os dois: Abel e Gabirú.
Meu Deus ! senti um frio na barriga, comecei a morder a camiseta colorada e não parei mais até momento em que o Iarely levou a bola pra linha de fundo, tirando do sério o zagueiro Puyol. Ali, aos 46 do segundo tempo, quando tivemos um lateral lá no ataque, gritei: "é nosso porra. Sou campeão do mundo !" Foi uma manhã de 16 de dezembro que não teve fim.
Depois ainda vi o colorado meter mais 4 na final da recopa, ano passado me tornei campeão de tudo, quando assisti meu time vencer a copa sul americana.
Mesmo depois de campeão de tudo, e apontado por cronistas esportivos de todo país, como o melhor time do Brasil, o Internacional ainda dá muita atenção e respeito ao berço, sabe que aqui, na frente do seu povo, com um beira rio lotado sempre é gostoso ser campeão.
E como antes de brasileirto sou gaúcho, tenho muito orgulho de levantar a taça de campeão do estado. Torço pelo clube que é campeão de tudo, e que ainda assim trata com carinho e humildade do que é nosso e faz parte da nossa tradição.




sexta-feira, 17 de abril de 2009

Tangos, gargalhadas e tragédias

Nunca os tinha assistido. Ouvir falar ? Isso muito, e por muitas pessoas, tanto que percebi ser o momento de prestigiar este belo espetáculo, sucesso no país inteiro e até fora daqui. Fui ver o Tangos e tragédias.
Já imaginava, até em função dos comentários, que seria uma bela oprtunidade para umas boas risadas, mas foi muito mais do que isso. Sentei ao lado da minha pequena, e fiquei ali esperando as luzes se apagarem.
Lá no palco uns poucos objetos faziam parte do cenário, duas mesas, um teclado, algumas taças e muitas garrafas de vinho. Os microfones eram aqueles que se vê nos filmes antigos, nas imagens e fotos de uma passado repleto de radialistas notáveis.
Ainda antes da apresentação, os comentários vindos da fileira de traz confirmavam as espectativas. Tinha tudo para ser maravilhosamente ilário.
As luzes se apagam e sem muita pompa, anúncios ou citações, entram em cena o violinista Kraunus Sang (Hique Gomes) e o acordeonista, maestro Pletskaya (Nico Nicolaiewsky).Os nomes são estranhos, tanto como o lugar de onde eles vem, a Sbornia, um país perto do fim do mundo e só eles dois conhecem, e conhecem bem.
Em pouco mais de uma hora, nos fazem aprender sobre música, tradições e danças típicas da bela e inustada Sbornia. Ah ! Antes que eu me esqueça, vale dizer que eles sairam de lá depois que foram expulsos, é que se instalou lá por aquelas bandas um novo estilo músical, o rock'n roll.
As peripécias e brincadeiras vividas no palco, são sem dúvida, algo sensacional. Mas há também algo que acontece aqui em baixo, neste amontoado de cadeiras. Homens e mulheres, jóvens e idosos, bonitos e feios, todos juntos, rindo como se fossem crianças descobrindo o parque de diversões.
Talvez o que nos faça dar tantas risadas seja a forma natural, e por vezes até inocente que eles contam suas (que tbm são nossas) histórias. Afinal de contas, quem de nós já não teve um sunduiche roubado depois que desceu na rodoviária ?
E não é que lá pelas tantas eles conseguem falar sério e nos mostram que o bom mesmo é sorrir, amar e viver. Num dos poucos momentos de silêncio da plateia o violino suave acompanhado do acordeon majestoso comandam a regência de vozes que profetizam "devia ter amado mais, ter chorado mais, ter visto o sol nascer"
Feliz de quem esteve presente em cada uma das apresentações que esta dupla fez, nos mais de vinte anos de estrada. Feliz de mim, que o fiz ontem.
Saudações aos que fazem rir, chorar, aos que fazem arte...saudações e aplausos entusiasmados aos queridos Hique Gomes e Nico Nicolaiewsky.
Eu recomendo !



quarta-feira, 15 de abril de 2009

Causos, piadas e saudade

Todos nós, um dia já nos perguntamos como é que o mundo começou, como surgiu o universo, e coisas do tipo. Essa pergunta pode ser feita na inocência de um aluno da terceira série, mas pode ser feita também por um acadêmico de filosofia no seu trabalho de conclusão de curso.
Existem algumas teorias, e elas são defendidas por muita gente. Na real isso me parece aquele tipo de coisa que todo mundo fala, mas ninguém entende, é bem por ai.
Confesso ter minhas opiniões a respeito do assunto, mas não aceitaria as defender em um debate televisivo, afinal percebendo a complexidade do asssunto e a vasta gama de possibilidades, eu poderia ser arrasado antes mesmo do final do primeiro bloco.
Outra coisa que muita gente fala é sobe o "fim do mundo", o "final dos tempos", o "fim dos dias". Pura baboseira, me desculpem os que estudam sobre essas coisas, mas algum dos senhores já pensou em fazer algo mais produtivo ?
Meus caros, o mundo acaba todos os dias, e peço que encarem a expressão "o mundo acaba todos os dias" de duas maneiras, a primeira delas, como sendo uma metáfora, já a segunda, tal como escrita.
O mundo acaba quando o sorriso se esconde e a lágrima surge sorrateira, ardida e violenta.
Ceratti, o que tu fez aqui, tudo que tu cultivou neste pago, vai ficar guardado no peito dos teus grandes amigos, mas também vai ser lembrado por caras como eu, que dividiam o horário do café falando besteiras, contando causos, piadas e discutindo a escalação do inter.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Pedaços de um todo

Para os amigos que tem paciência de ler o que o que eu penso...mais um lugarzinho, nada de minha autoria, mas sim pedaços de músicas que em determinados momentos falam por mim...

http://www.pedacosdeumtodo.blogspot.com/

Obrigado pelo carinho de todos.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

lá, do lado de lá




...mas ei mãe, alguma coisa ficou pra trás, antigamente eu sabia exatamente o que fazer...